sábado, 10 de outubro de 2009

Cinema Luso




Não gostaria de estar aqui neste post a discutir se o cinema português é ou não melhor do que o cinema norte-americano, até porque seria bastante estúpido da minha parte estar a discutir comigo mesmo; No entanto gostaria de destacar alguns dos pontos positivos que consigo encontrar no cinema português, e passo a enumerar ……………… pronto, já está!... Não, agora sem brincadeiras ……………ok, terminei!
Tudo bem, estou a ser um pouco pessimista demais pois acabei de me lembrar que nem tudo é mau no nosso cinema e passo a exemplificar com o filme “Branca de Neve” de João César Monteiro. O filme, apesar de não ser muito recente (2000), torna-se bastante fácil de reter na memória pois caracterizava-se pela pequena particularidade de todo ele ser uma imagem negra onde apenas se ouviam de fundo, as vozes dos actores. E andei eu, feito estúpido, estes anos todos a pensar que para se fazer um filme seria necessário talvez filmar! O tanas é que é! Aliás, todos nós sabemos que bastam apenas os diálogos dos filmes portugueses para dar a vivacidade suficiente a qualquer película cinematográfica, mantendo-nos agarrados do princípio ao fim do filme. Alguns leitores poderão estar a pensar “Mas um filme assim deve ser uma grande bosta!” …. Claro que sim, mas o meu raciocínio vai mais além… João César Monteiro é um visionário, um pioneiro do cinema neo-noir e inclusivamente já tem seguidores nos Estados Unidos.
Se têm estado atentos ao cinema internacional, recordar-se-ão dos filmes “Sin City”, “300” e “The Spirit”, alguns deles escritos, outros realizados ou ajudados a realizar por Frank Miller. Estes filmes têm a característica única de serem bastante sombrios e alguns deles são até maioritariamente a preto e branco. Ora eu estou convicto que Frank Miller é um wannabe de João César Monteiro, mas no entanto ainda sem a qualidade suficiente para atingir a perfeição do mestre e retirar também o branco das películas, deixando apenas o preto e realizando assim uma verdadeira obra-prima.
Posto isto, resta-me esperar ansiosamente pelo dia em que os tremendos avanços tecnológicos que virão no futuro, venham a permitir mais uma evolução fantástica do cinema, e consigamos atingir o feito praticamente utópico de realizar um filme mudo em Portugal. Manoel de Oliveira tem feito algumas tentativas, é certo, mas ainda um pouco frustradas, diga-se! … ou então ainda, e esta é uma ideia minha, poderemos tentar atingir a perfeição total aproveitando o fundo preto já existente, retirando todo o som, introduzindo apenas um pouco de estática e voilá, candidato a melhor filme no festival de Cannes.
Será só uma questão de tempo, por isso futuro cá te aguardamos!

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