sábado, 17 de outubro de 2009

Clube De Combate Dos Poetas Mortos




“Clube Dos Poetas Mortos” foi uma grande obra cinematográfica? Foi sem dúvida nenhuma, embora eu não consiga deixar de lamentar a falta de violência e acção que geralmente mantém as pessoas acordadas ao longo de qualquer filme. “Clube De Combate” foi um grande filme? Foi sim senhor, mas penso que lhe faltou a respectiva profundidade educativa e cultural. Por tudo isso, o melhor mesmo seria pegar no primeiro filme e introduzir-lhe a rambóia do segundo. A história de um professor de poesia numa academia de ensino preparatório, que utiliza métodos de ensino muito pouco convencionais para transmitir o conhecimento aos seus pupilos… porrada da velha! Como a própria expressão indica, a ideia não é de todo original, com certeza que já terão ouvido pais e avós a dizer que no tempo deles é que era… ou te portavas em condições e sabias as respostas, ou estavas imediatamente a levar pela medida grande. Ironia das ironias, é que anos mais tarde a vingança é servida. Se antes os professores batiam por não saberes a resposta, nos dias de hoje é provável que sejam eles próprios espancados por fazerem a pergunta. E ainda dizem que não honramos os nossos antepassados. Voltando ao que interessa, o filme retrata a história de um grupo de jovens estudantes numa academia de tradições bastante conservadoras, e cujos princípios se baseiam em quatro pilares fundamentais: Tradição, Honra, Disciplina e Excelência. Escusado será dizer que o que eles queriam mesmo era sexo, futebol, álcool e drogas mas na impossibilidade disso acontecer, dedicam-se a um dos piores flagelos da sociedade… a poesia! Ao mesmo tempo, a grande maioria dos pais destes alunos exerce enorme pressão sobre eles, uma vez que já idealizaram o futuro dos filhos, e não permitem que eles se desviem minimamente do plano traçado. A rapaziada encontra um escape, quando conhece o professor de poesia, um tipo com um método de ensino pouco usual, e que entre outras coisas lhes transmite a ideia de que eles devem fazer valer a sua opinião, e não se deixar influenciar por opiniões externas. Mas não terá sido isso que ele acabou exactamente de fazer? Além disso, e para que os pupilos conseguissem libertar o stress causado pela pressão dos pais, e melhor assimilassem o estudo, leva-os a conhecer um grupo restrito de pessoas com iguais objectivos, e que têm por hábito reunirem-se e libertarem todas as angústias na forma de batatada. Combates um contra um, sem sapatos e sem camisa, que só terminam quando um dos dois desiste ou demonstra que percebe menos de poesia do que o outro. Parece que já estou a imaginar dois tipos, um a declamar Whitman, outro a declamar Byron, e zás, toma lá que já levaste um banano… parece que hoje, Byron foi realmente melhor!

sábado, 10 de outubro de 2009

Cinema Luso




Não gostaria de estar aqui neste post a discutir se o cinema português é ou não melhor do que o cinema norte-americano, até porque seria bastante estúpido da minha parte estar a discutir comigo mesmo; No entanto gostaria de destacar alguns dos pontos positivos que consigo encontrar no cinema português, e passo a enumerar ……………… pronto, já está!... Não, agora sem brincadeiras ……………ok, terminei!
Tudo bem, estou a ser um pouco pessimista demais pois acabei de me lembrar que nem tudo é mau no nosso cinema e passo a exemplificar com o filme “Branca de Neve” de João César Monteiro. O filme, apesar de não ser muito recente (2000), torna-se bastante fácil de reter na memória pois caracterizava-se pela pequena particularidade de todo ele ser uma imagem negra onde apenas se ouviam de fundo, as vozes dos actores. E andei eu, feito estúpido, estes anos todos a pensar que para se fazer um filme seria necessário talvez filmar! O tanas é que é! Aliás, todos nós sabemos que bastam apenas os diálogos dos filmes portugueses para dar a vivacidade suficiente a qualquer película cinematográfica, mantendo-nos agarrados do princípio ao fim do filme. Alguns leitores poderão estar a pensar “Mas um filme assim deve ser uma grande bosta!” …. Claro que sim, mas o meu raciocínio vai mais além… João César Monteiro é um visionário, um pioneiro do cinema neo-noir e inclusivamente já tem seguidores nos Estados Unidos.
Se têm estado atentos ao cinema internacional, recordar-se-ão dos filmes “Sin City”, “300” e “The Spirit”, alguns deles escritos, outros realizados ou ajudados a realizar por Frank Miller. Estes filmes têm a característica única de serem bastante sombrios e alguns deles são até maioritariamente a preto e branco. Ora eu estou convicto que Frank Miller é um wannabe de João César Monteiro, mas no entanto ainda sem a qualidade suficiente para atingir a perfeição do mestre e retirar também o branco das películas, deixando apenas o preto e realizando assim uma verdadeira obra-prima.
Posto isto, resta-me esperar ansiosamente pelo dia em que os tremendos avanços tecnológicos que virão no futuro, venham a permitir mais uma evolução fantástica do cinema, e consigamos atingir o feito praticamente utópico de realizar um filme mudo em Portugal. Manoel de Oliveira tem feito algumas tentativas, é certo, mas ainda um pouco frustradas, diga-se! … ou então ainda, e esta é uma ideia minha, poderemos tentar atingir a perfeição total aproveitando o fundo preto já existente, retirando todo o som, introduzindo apenas um pouco de estática e voilá, candidato a melhor filme no festival de Cannes.
Será só uma questão de tempo, por isso futuro cá te aguardamos!

sábado, 3 de outubro de 2009

Cheira Bem... Cheira A Estrume




É com grande prazer que volto hoje com um tema que poderá eventualmente não ser do agrado de todos, mas paciência… agrada-me a mim e é o que interessa, ou não fosse eu uma das pessoas mais importantes na minha vida. Até me poderiam pedir para escrever sobre um qualquer drama deprimente, mas se há coisa para a qual não tenho grande jeito, é para escrever enquanto tento algo parecido com um enforcamento… é tudo uma questão de prioridades! Foi por essa razão, que na senda do primeiro super-herói português “Walvarinho”, esgalhei agora o segundo. Tendo como exemplo o “Homem-Aranha”, pensei em criar o “Homem-Morcego”, mas não sei porquê, chamem-lhe instinto, pareceu-me que não iria ter grande sucesso, e à falta de melhor, avancei com o incrível “Homem-Escaravelho do Estrume”. Para quem não sabe, o escaravelho do estrume, para além de ser considerado o animal mais forte do planeta, é aquele insecto que é uma espécie de Maradona das fezes. O que ele faz, é fazer-se acompanhar para onde quer que vá, por uma rechonchuda bola de merda. Ele come-a, dorme com ela, conversa com ela, e até vai passar férias ao estrangeiro com ela, tudo isto enquanto a conduz com as patitas, de um jeito só ao alcance do pequenito génio da bola. É nesta altura, que toda a gente já se apercebeu aonde isto vai parar. Toni (nome fictício), pois se o chamasse de Joaquim José da Silva, era parvo, porque estaria a revelar a sua verdadeira identidade, era um indivíduo vulgar, com uma vida normal, até ser picado por um escaravelho do estrume. A primeira sensação foi de mau estar, como se estivesse adoentado, depois foi surpreendido por um aumento brutal da sua capacidade física, um apuramento de todos os seus sentidos, e por uma vontade enorme de sair mundo fora a juntar merda com palha e a construir bolas enormes com a matéria-prima daí resultante. Posto isto, escusado será dizer que o principal super-poder do nosso herói, será um hálito a retrete pública que ninguém aguenta. Parece que já estou a ver o gajo a dizer ao malfeitor “Anda cáaaa, que eu só quero conversar contigo!”… ao qual ele responderia imediatamente “Rendo-me, se prometeres que não abres mais a boca!”. Outras capacidades incríveis adquiridas são, o corpo que é agora uma espécie de couraçado impermeável a qualquer arma de fogo, a bola gigante de cocó que ele conduz e que pode ser utilizada como rolo compressor de bandidos, e além disso, bolas mais pequenitas que ele pode usar como projécteis para atingir os adversários. Para a trama do filme, estava a pensar numa história original em que o vilão, é o pai do melhor amigo, um cientista louco, que quando lhe vê serem retirados os fundos para o desenvolvimento do seu projecto, e na tentativa de provar que o mesmo é útil e viável, começa a utilizar o protótipo entretanto construído, para praticar o mal. Não, não era uma prancha voadora mas sim um carrinho de rolamentos a energia solar, porque os portugueses pensam primeiro no ambiente e na preservação do planeta (gargalhada generalizada). Para terminar, resta-me dizer que na minha opinião, este super-herói é ideal para um país como Portugal, pela simples razão de que aos anos que andamos por cá a fazer merda, material para ele laborar não vai faltar com certeza.

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