Se há ponto que os filmes “Ghandi” e Gangs de Nova York” têm em comum, é o facto de serem completamente diferentes um do outro… eh pá… por vezes consigo ter pensamentos tão profundos, que se os conseguisse entender, e caso não quisesse sofrer uma embolia pulmonar, precisaria de fazer subidas graduais de descompressão para sair deles!
Enquanto que em “Gangs de Nova York”, a violência é o ingrediente principal, sendo que os protagonistas chegam mesmo a digladiar-se com facas mais grossas que as duas pernas juntas do Ghandi… já “Ghandi”, caracteriza-se pelo recurso ao uso da não-violência como forma de protesto, e com um protagonista principal, que pelo aspecto e pela fatiota, veio cinco anos mais tarde a desempenhar o papel do pirralho no filme “Três Homens e Um Bebé”. Quanto ao filme propriamente dito, passa-se em Nova York, no ano de 1863, quando a cidade era naquela altura controlada e disputada por diversos gangs; A história centra-se num rapaz chamado Zé Ghandi, um descendente de imigrantes que em criança assiste à morte do seu pai, às mãos de um líder de um gang rival que defende a expulsão de todos os imigrantes da cidade. Já em adulto regressa a Nova York para se vingar do homem que lhe destruiu a infância e honrar assim, o nome da família Ghandi. Assim que chega à cidade, Ghandi recruta um pequeno exército de imigrantes e forma um gang com o intuito de se opor ao gang rival que detém o domínio de Nova York, nem que para isso tenha que recorrer ao uso da não-violência gratuita. Chamo particular atenção para o duelo final entre os dois gangs que é deveras impressionante, com cenas de acção incríveis em que a não-violência é de tal ordem que chegam mesmo a acontecer algumas mortes não-violentíssimas; A maior parte dessas mortes são originadas por greves de fome levadas ao extremo, sendo que inclusive, dois ou três indivíduos morrem também graças a greves de oxigénio; Se por um lado, estas últimas me pareceram bastante naturais, principalmente depois de ter dado uma vista de olhos à teoria de evolução das espécies de Charles Darwin, por outro lado pareceram-me simplesmente estúpidas, pois quando Darwin a formulou, possivelmente ainda não tinha à sua disposição o recente estudo que concluia que por cada besta-quadrada que morre, nascem duas de valor equivalente. De qualquer maneira e para terminar, parece-me ser um filme bastante aceitável pois não é todos os dias que se vê um homem de fraldas a levar na tromba e a oferecer a outra face.
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