sábado, 6 de junho de 2009

Eduardo Mãos De Lavoura





Inicialmente confesso que me senti inclinado a criar o filme “Eduardo Mãos de Cenoura” mas automaticamente decidi abandonar a ideia pois estaríamos perante um gajo que numa crise de nervosismo, em vez de roer as unhas, poderia muito bem comer os dedos. Depois pensei em “Eduardo Mãos de Vassoura”, o qual também não me convenceu, pois contrariamente a ter uma série de tesouras em vez de mãos, ter um par de vassouras pareceu-me completamente estúpido e acima de tudo nada funcional (o correcto seria “Eduardo Mãos de Vassoura e Apanhador”, esse sim, com alguma lógica). Optei então por “Eduardo Mãos de Lavoura”, não por Eduardo ter as mãos calejadas devido a sobrecarga de trabalho agrícola, mas sim porque em vez de mãos, tinha uma sachola e um ancinho... ainda pensei em colocar-lhe um arado às costas mas receei que se tornasse um pouco fantasioso demais.
Eduardo vivia sozinho numa mansão velha e a cair aos pedaços desde que o seu “pai”, o inventor excêntrico que o criou, morreu de ataque cardíaco (possivelmente teria dado o seu tempo por melhor entregue se tivesse inventado um coração artificial) e o deixou inacabado, uma vez que se preparava para lhe oferecer umas mãos convencionais (daquelas que se costuma ver nos seres humanos) como prenda de Natal. A história continua quando uma vendedora de cosméticos que visita a casa de Eduardo se apercebe da tremenda solidão em que ele vive e o convida para ir viver juntamente com ela e a sua família. De inicio é um pouco estranho para todos, pois Eduardo é diferente de tudo aquilo que alguma vez viram, mas rapidamente adquirem um carinho enorme por ele pois nunca antes tinham tido uma horta tão fresca e viçosa lá em casa. Aos poucos, com a sua cara de lavrador inocente, Eduardo apaixona-se e conquista a filha da vendedora de cosméticos, o que não agrada nada à população lá do bairro e principalmente a um gajo que também gosta dela mas não a consegue afiambrar porque é burro como um cepo. Depois de se aproveitarem da inocência dele e de lhe fazerem uma série de acusações falsas, saiem em perseguição de Eduardo, e nem o facto de ter andado por todo o bairro a plantar grelos e a estacar tomates os ia agora impedir de o magoar, caso o apanhassem. Eduardo refugia-se então na sua velha mansão, aonde é seguido pela sua amada e pelo totó que também gosta dela, e depois de uma luta bastante amaricada, e de Eduardo matar o gajo, a sua amada sai da mansão e diz a toda gente que Eduardo também morreu na luta, com o intuito de que ninguém o procurasse novamente. O filme acaba com a gaja já velhota a contar a história à neta e a dizer que sente que Eduardo ainda está vivo, porque ainda hoje, e desde que ele desapareceu, teve sempre morangos frescos no pomar, embora agora estivesse demasiado velha para os apanhar!

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