sábado, 27 de junho de 2009

Caça Fantasmas Vs. Em Contacto




Recordo-me com relativa saudade do tempo em que para lidar com fantasmas, podíamos sempre contar com um grupo de quatro marretas, que com umas armas especiais de feixes de protões ou lá o que era, davam cabo do canastro a qualquer alma penada que nos viesse incomodar. Pelos vistos eram tempos em que, à excepção do conhecido fantasminha verde chamado “Viscoso”, todos os outros fantasmas tinham como intuito principal, fazer o mal à humanidade em geral. Ora, o tempo passa, e a maneira de lidar com estes assuntos também; se primeiro foram os animais a terem direito a psicólogos, (por falar nisso, precisava que algum fosse a minha casa, porque tenho uma aranha a morar no meu quarto à duas semanas, e apesar das conversas que tenho tido com ela, não aparenta querer ir embora, o que me vai obrigar em último recurso, a tentar persuadi-la com um banho de chuveiro de Raid Casa e Plantas) agora também os fantasmas têm problemas do foro psicológico, problemas esses que são agora resolvidos numa série televisiva, por uma gaja que consegue ver e ouvir almas penadas e não descansa enquanto não as ajudar. Antes de mais, salientar o facto de que uma pessoa que passa o dia inteiro atrás de fantasmas, a fazer figura de maluca, e sem receber um tostão por isso, consegue no final do dia pegar no seu belo carro e ir para a sua bela vivenda descansar. Depois, chamar a atenção para o respeito e discrição que a maioria dos fantasmas aparenta ter, pois quando lhe aparecem, nunca apanham a gaja a tomar banho, a ler uma revista na retrete, ou em avançada galhofa com o companheiro; parece-me que devem estar à espera que ela acabe, para depois aparecer e dizer… “Olhe, desculpe…”. No final, tudo se resolve, pois lá vai ela bater à porta da pessoa com quem o fantasma tem algum assunto pendente e acontece uma conversa deste tipo:
Mulher do FantasmaQuem é?
GajaA senhora não me conhece, mas eu consigo falar com o seu marido e tenho uma mensagem dele para lhe transmitir.
M.F.Desculpe mas deve estar a brincar comigo. Vá embora antes que eu chame a polícia.FantasmaDiga à minha mulher que na nossa noite de núpcias, fizemos marotices quase três vezes seguidas.
A gaja diz-lhe e a mulher deixa-a entrar.
GajaOlhe, o seu marido não consegue deixar este mundo, enquanto não lhe disser que quando morreu, deixou uma torneira aberta cá em casa. E toda a gente sabe que o preço da água está pela hora da morte.
M.F.Muito obrigado, vou já verificar todas as torneiras da casa. Realmente nos últimos cinco anos, tenho recebido contas escandalosas de água mas nunca me tinha apercebido porquê. Já agora, o meu marido não me quer dizer mais nada para além disso?
GajaSim. Também se está a queixar de um ardor nos sovacos, mas não se preocupe que ao irmos embora, passo com ele na farmácia e compro-lhe um desodorizante sem álcool para acalmar a irritação.
M.F.Rais’parta o homem que desde novo sempre teve problemas na sovaqueira. Ok, então até à próxima.
E lá vai o fantasma todo contente passar para o outro lado.

sábado, 20 de junho de 2009

Godzillas Na Bruma



É bastante possível, que as cerca de uma pessoas que realmente disponibilizam escassos minutos da sua atarefada vida para ler as patacoadas que eu ando para aqui a escrever, já estejam um pouco fartas de aturar os posts em que eu digo qualquer coisa como “ outro dia vi um filme e lembrei-me…”; por isso, e para todas essas almas caridosas vou especialmente iniciar este post de uma maneira completamente original…
...De hoje a quinze dias vi um filme chamado “Godzilla” e lembrei-me que talvez o pudesse misturar com “Gorilas na Bruma”; Quanto ao primeiro filme devo dizer que gostei muito porque me fez chorar a rir… no que toca ao segundo, detestei, porque não só me pareceu um bom filme, como me fez chorar à séria, e eu não estou para aturar mariquices dessas; provavelmente teria sido uma atitude mais à macho visionar uma possível versão porno do filme que se poderia muito bem chamar por exemplo de “Gorilas na Bruna”. Quanto à mistura, poderia narrar a história de uma zoóloga, que decide ir estudar a vida de um grupo de godzillas de montanha no Ruanda. Depois de anos a viver e a conviver com eles, ela desenvolve com eles uma relação de mútua confiança, conseguindo inclusive brincar com os mais novos. Tudo muda quando o godzilla preferido dela é morto por caçadores furtivos com o intuito de lhe cortarem as mãos para fazerem umas belas e confortáveis poltronas. A zoóloga inicia então um enorme protesto público contra as mortes de godzillas, e a pouco e pouco começa a não ser muito bem vista, tanto pelos caçadores furtivos como por militares corruptos do exército que também ajudavam ao esquema. O filme termina com a zoóloga a ser encontrada assassinada, e embora nunca se tenha descoberto por quem, há quem sugira que terá sido pisada por um godzilla com o cio.
Adenda: A morte de godzillas no continente africano, tem sido um problema recorrente devido ao elevado valor destes espécimes no mercado negro. Presume-se que grande parte deles tem como destino principal o continente asiático, onde a população em geral crê que determinados órgãos dos godzillas contêm propriedades curativas e até mesmo afrodisíacas. Na minha opinião, esta malta devia era levar com um fígado de godzilla em cima do cachaço, pois eu também tenho crenças, e uma delas é que a morte eventualmente cura todos os problemas e doenças.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Criancices




Gostaria de começar por pedir desculpa aos inúmeros leitores deste blog, pois esta semana não vou falar de cinema, mas sim de televisão e da rapaziada de hoje em dia, por isso se alguém tiver algo contra, tem agora a oportunidade de se pronunciar… ninguém?... ok, então vamos lá. Agora me apercebo de tudo aquilo que perdi enquanto criança no que respeita ao mundo televisivo em geral e aos programas juvenis em particular. É com particular inveja que vejo, que ultimamente a grande maioria desses programas têm uma coisa essencial a todos os rapazes de tenra idade… não, não me refiro aos desenhos animados, refiro-me sim a gajas, de preferência descascadas. Primeiro levaram com a Ana Malhoa e os seus calções minúsculos numa tentativa de provar que uma matulona movida a suplementos alimentares ainda cabia em roupa da Cenoura. Depois como se não bastasse foram atropelados por uma Luciana Abreu que achou que roupas minúsculas não eram suficientes para a criançada, e toca a municiar-se de uns belos implantes mamários que acompanhou com uns decotes tão conservadores, que eu poderia jurar que lhe cheguei a ver pêlos no peito. Até no Brasil, desde que me lembro que se vão lambuzando com a Xuxa, que já faz programas para a canalha há tanto tempo, que segundo pude apurar, o episódio piloto do primeiro programa teve a participação especial de Pedro Álvares Cabral.
Quanto a mim e aos da minha idade, íamos levando com o Lecas e era se queríamos! Não estou a dizer que o rapaz fosse feio, simplesmente não é o meu tipo de mulher, por isso se fosse possível preferia que me tivesse saído na rifa qualquer uma das gajas anteriores.
Surpreendente, é que mesmo assim as crianças de hoje não estão satisfeitas, querem mais; Hoje em dia fico surpreendido com a exigência (e muito bem) da rapaziada; até na escola, se algo não está bem... bora fazer greve porque a escola não tem condições, “ a sala ganha humidade nas paredes” dizem eles; eu no meu tempo só descobri que a minha sala de aulas tinha paredes por acaso, pois estava mais preocupado em desviar-me da uma cana que me ia fazendo uma aterragem forçada no osso frontal do crânio, e cuja extremidade contrária estava, por coincidência, devidamente aconchegada na mão da minha professora. Mas nem tudo são rosas para a juventude de hoje em dia, também têm mais responsabilidades, principalmente com o aparecimento da internet; Enquanto eu antigamente não tinha preocupações e podia passar todo o dia na rua a brincar, a jogar à bola e a rachar cabeças, a canalha de hoje, e porque o dever assim o obriga, tem de ficar em casa, no computador, a fazer algo tão importante como por exemplo piratear o site da NASA, roubando-lhes os projectos do novo vaivém espacial e substituindo-os por fotos de gajas nuas.
Como se costuma dizer, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; agora, não posso deixar de reconhecer que a minha falta de timing é deveras impressionante!

sábado, 6 de junho de 2009

Eduardo Mãos De Lavoura





Inicialmente confesso que me senti inclinado a criar o filme “Eduardo Mãos de Cenoura” mas automaticamente decidi abandonar a ideia pois estaríamos perante um gajo que numa crise de nervosismo, em vez de roer as unhas, poderia muito bem comer os dedos. Depois pensei em “Eduardo Mãos de Vassoura”, o qual também não me convenceu, pois contrariamente a ter uma série de tesouras em vez de mãos, ter um par de vassouras pareceu-me completamente estúpido e acima de tudo nada funcional (o correcto seria “Eduardo Mãos de Vassoura e Apanhador”, esse sim, com alguma lógica). Optei então por “Eduardo Mãos de Lavoura”, não por Eduardo ter as mãos calejadas devido a sobrecarga de trabalho agrícola, mas sim porque em vez de mãos, tinha uma sachola e um ancinho... ainda pensei em colocar-lhe um arado às costas mas receei que se tornasse um pouco fantasioso demais.
Eduardo vivia sozinho numa mansão velha e a cair aos pedaços desde que o seu “pai”, o inventor excêntrico que o criou, morreu de ataque cardíaco (possivelmente teria dado o seu tempo por melhor entregue se tivesse inventado um coração artificial) e o deixou inacabado, uma vez que se preparava para lhe oferecer umas mãos convencionais (daquelas que se costuma ver nos seres humanos) como prenda de Natal. A história continua quando uma vendedora de cosméticos que visita a casa de Eduardo se apercebe da tremenda solidão em que ele vive e o convida para ir viver juntamente com ela e a sua família. De inicio é um pouco estranho para todos, pois Eduardo é diferente de tudo aquilo que alguma vez viram, mas rapidamente adquirem um carinho enorme por ele pois nunca antes tinham tido uma horta tão fresca e viçosa lá em casa. Aos poucos, com a sua cara de lavrador inocente, Eduardo apaixona-se e conquista a filha da vendedora de cosméticos, o que não agrada nada à população lá do bairro e principalmente a um gajo que também gosta dela mas não a consegue afiambrar porque é burro como um cepo. Depois de se aproveitarem da inocência dele e de lhe fazerem uma série de acusações falsas, saiem em perseguição de Eduardo, e nem o facto de ter andado por todo o bairro a plantar grelos e a estacar tomates os ia agora impedir de o magoar, caso o apanhassem. Eduardo refugia-se então na sua velha mansão, aonde é seguido pela sua amada e pelo totó que também gosta dela, e depois de uma luta bastante amaricada, e de Eduardo matar o gajo, a sua amada sai da mansão e diz a toda gente que Eduardo também morreu na luta, com o intuito de que ninguém o procurasse novamente. O filme acaba com a gaja já velhota a contar a história à neta e a dizer que sente que Eduardo ainda está vivo, porque ainda hoje, e desde que ele desapareceu, teve sempre morangos frescos no pomar, embora agora estivesse demasiado velha para os apanhar!

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