Numa altura em que o país caminha para o abismo da criminalidade, flagelo esse que se multiplica praticamente à velocidade de um qualquer herpes genital, é quase obrigatório que nos passe pela cabeça que os criminosos, deveriam também eles, ir para uma determinada zona corporal masculina também designada pelos entendidos por genitália! De qualquer maneira aquilo que ocorre a toda a gente, a pergunta que todo o ser humano formula, e acho que o Zé Castelo Branco também, é “Onde raio anda o Bruce Willis?”
Fosse arranha-céus, fosse aeroporto, ou até mesmo a mercearia do Sr. Joaquim, uma coisa era garantida, por uma estranha coincidência o gajo estava sempre lá no preciso momento em que o grupo de malfeitores decidia actuar. Revolta-me que por exemplo não se lembre de estar a comprar certificados de aforro no balcão dos CTT de Corroios quando entram os gajos de capacete do costume, acessório essencial nos dias de hoje para quem necessita de comprar meia dúzia de selos em segurança. Ou então no balcão do Crédito Agrícola de Boticas a tentar pedir um empréstimo para comprar um tractor agrícola, empréstimo esse recusado pois em pleno mês de Agosto, um tipo de óculos com lentes fundo de garrafa e de capote transmontano se encontra a efectuar um muito provavelmente ilícito levantamento de dinheiro alheio. Como é fácil de constatar, nenhuma destas situações daria um grande filme o que me levou a criar a fantástica alternativa do “Assalto à feira do fumeiro de Montalegre”.
O filme começa quando John MacClane (Bruce Willis), transmontano de gema, decide visitar a feira do fumeiro de Montalegre em vez de ficar em casa a encher chouriços. Mal sabia ele que um grupo de mercenários obcecados por enchidos se preparava para tomar a feira de assalto com um objectivo possivelmente bastante inteligente e credível mas que realmente não me está a ocorrer. Azáfama normal de um dia de feira… rajada de metralhadora para o ar… gritos vários e pessoas a correr em todas as direcções… bancas destruídas… linguiças espezinhadas… o horror! John MacClane que se encontrava nesse preciso momento a lutar ferozmente com uma sandoca de presunto, enerva-se, pega numa fiada de chouriças que se encontrava ali por perto como se de umas matracas se tratasse e… liga para a GNR e arranca para casa a correr!
Dias depois chega a GNR ao local do crime… tinham o veículo na oficina. Alguns meses depois os criminosos são detidos pela Policia Judiciária mas já sem grande parte do material roubado. De qualquer maneira já estou a visualizar o comunicado da PJ na televisão com o material apreendido exposto numa mesa… 15 chouriças de sangue, 2 morcelas, meio salpicão, um quarto de broa de milho e uma garrafa de aguardente. Todo o material vai agora ser destruído através de um processo bastante utilizado e aperfeiçoado ao longo dos anos pela polícia, e que dá pelo nome técnico de patuscada!
PS: Em primeiro lugar avisar que mandei o acordo ortográfico às urtigas, e em segundo salientar que qualquer divergência entre os acontecimentos descritos neste texto e a realidade é pura coincidência.