sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

ASSALTO À FEIRA DO FUMEIRO DE MONTALEGRE

                                    ORA, ONDE ESTÃO AS CHOURIÇAS PARA ASSAR?

Numa altura em que o país caminha para o abismo da criminalidade, flagelo esse que se multiplica praticamente à velocidade de um qualquer herpes genital, é quase obrigatório que nos passe pela cabeça que os criminosos, deveriam também eles, ir para uma determinada zona corporal masculina também designada pelos entendidos por genitália! De qualquer maneira aquilo que ocorre a toda a gente, a pergunta que todo o ser humano formula, e acho que o Zé Castelo Branco também, é “Onde raio anda o Bruce Willis?”


Fosse arranha-céus, fosse aeroporto, ou até mesmo a mercearia do Sr. Joaquim, uma coisa era garantida, por uma estranha coincidência o gajo estava sempre lá no preciso momento em que o grupo de malfeitores decidia actuar. Revolta-me que por exemplo não se lembre de estar a comprar certificados de aforro no balcão dos CTT de Corroios quando entram os gajos de capacete do costume, acessório essencial nos dias de hoje para quem necessita de comprar meia dúzia de selos em segurança. Ou então no balcão do Crédito Agrícola de Boticas a tentar pedir um empréstimo para comprar um tractor agrícola, empréstimo esse recusado pois em pleno mês de Agosto, um tipo de óculos com lentes fundo de garrafa e de capote transmontano se encontra a efectuar um muito provavelmente ilícito levantamento de dinheiro alheio. Como é fácil de constatar, nenhuma destas situações daria um grande filme o que me levou a criar a fantástica alternativa do “Assalto à feira do fumeiro de Montalegre”.


O filme começa quando John MacClane (Bruce Willis), transmontano de gema, decide visitar a feira do fumeiro de Montalegre em vez de ficar em casa a encher chouriços. Mal sabia ele que um grupo de mercenários obcecados por enchidos se preparava para tomar a feira de assalto com um objectivo possivelmente bastante inteligente e credível mas que realmente não me está a ocorrer. Azáfama normal de um dia de feira… rajada de metralhadora para o ar… gritos vários e pessoas a correr em todas as direcções… bancas destruídas… linguiças espezinhadas… o horror! John MacClane que se encontrava nesse preciso momento a lutar ferozmente com uma sandoca de presunto, enerva-se, pega numa fiada de chouriças que se encontrava ali por perto como se de umas matracas se tratasse e… liga para a GNR e arranca para casa a correr!


Dias depois chega a GNR ao local do crime… tinham o veículo na oficina. Alguns meses depois os criminosos são detidos pela Policia Judiciária mas já sem grande parte do material roubado. De qualquer maneira já estou a visualizar o comunicado da PJ na televisão com o material apreendido exposto numa mesa… 15 chouriças de sangue, 2 morcelas, meio salpicão, um quarto de broa de milho e uma garrafa de aguardente. Todo o material vai agora ser destruído através de um processo bastante utilizado e aperfeiçoado ao longo dos anos pela polícia, e que dá pelo nome técnico de patuscada!


PS: Em primeiro lugar avisar que mandei o acordo ortográfico às urtigas, e em segundo salientar que qualquer divergência entre os acontecimentos descritos neste texto e a realidade é pura coincidência.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Indiana Jones E O Reino Da Vuvuzela De Cristal



Depois de uma bem sucedida trilogia de Indiana Jones, eis que os seus geniais criadores decidiram acrescentar mais um filme à saga sem que no entanto deixassem de ter apenas uma trilogia. Como?... Fazendo um filme que mais parecia uma sequela dos Ficheiros Secretos, e em que Mulder nos aparece agora de chapéu e chicote. Sei lá, estava à espera de qualquer coisa como “Indiana Jones e Os Salteadores da Arca Frigorífica Cheia De Minis” ou então como já existe aquele da Cruzada, criassem agora “Indiana Jones e o Último Sudoku”, mas não, vêm-me com este “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”. Só por causa das tretas vou borrar a pintura e meter aqui para o meio uma vuvuzela! Já que parecem estar na moda, e que não nos vamos ver livres delas tão cedo, parece-me que está na altura de lhe dar algum destaque no cinema, fazendo um filme onde raramente alguém lhe poderá soprar sob o risco de cortar as beiças. O filme começa com Indiana Jones a ser raptado no México por espiões russos, com a finalidade de os ajudar a localizar uma caixa que supostamente contém os restos mortais de um ser extraterrestre encontrado em Roswell, e que se encontra guardado num enorme armazém do governo no deserto do Nevada. Ora, fazer escavações no México parece-me sempre uma boa opção, pois à velocidade com que os cartéis assassinam malta e a atiram para valas comuns, a probabilidade de encontrar uma múmia torna-se bastante elevada. Os russos pretendem encontrar a caveira deste extraterrestre, pois esta supostamente terá propriedades mágicas. Ao abrirem a caixa apenas encontram o esqueleto sem cabeça, altura que Indiana aproveita para fugir para o deserto onde por coincidência os americanos realizavam um ensaio com uma bomba atómica. Num golpe de génio, Indiana enfia-se num frigorífico abandonado que por acaso estava mesmo ali por perto e evita ser atingido pela enorme onda térmica causada pela explosão, saindo logo de seguida sem se preocupar com raios gama ou cinzas radioactivas. Muito provavelmente morreu passado uns anos não da radiação, mas de envenenamento por chumbo da ferrugem que engoliu dentro do electrodoméstico. Se há uma lição para todos os jovens que assistem ao filme, será a de atirarem todos os electrodomésticos velhos para qualquer descampado pois nunca se sabe quando iremos estar no meio de um cogumelo atómico e a precisar de um frigorífico mesmo à mão de semear. De seguida Indiana encontra-se numa estação de comboios onde é abordado pelo puto dos Transformers com o cabelo ensopado em brilhantina, e que lhe diz que um doutor velho amigo dele foi raptado no Peru, onde tentava encontrar uma vuvuzela de cristal que no fundo era a cabeça de um extraterrestre do planeta Vuvuzelus. O puto trazia uma carta da mãe que também tinha sido raptada, e que continha uma mensagem codificada para que encontrassem o doutor desaparecido. Ao chegarem ao local indicado no Peru, descobrem que o tipo tinha estado internado num hospital psiquiátrico até ter sido raptado, muito possivelmente devido à interacção com a vuvuzela, nomeadamente quando a meteu na boca e efectuou uma acção de expulsão de ar dos pulmões, também conhecida pelos especialistas como sopro. São então capturados pelos russos e levados para um acampamento no Brasil, onde encontram a não só a vuvuzela como também o doutor e a mãe do rapaz, que ao que parece Indiana já conhecia ligeiramente, ao ponto do puto ser filho dele também. Os russos acreditavam que quem devolvesse a gaita aos extraterrestres, adquiriria não só um enorme conhecimento como também poderes psíquicos, o que lhes daria vantagem psíquica sobre os inimigos num futuro conflito. Fogem todos novamente pelo rio Amazonas e dirigem-se novamente ao Peru onde entram num templo com treze esqueletos de extraterrestres sentados em círculo, sendo que faltava a vuvuzela a um deles. Entretanto os russos que os seguiram, invadem o templo, devolvem a vuvuzela ao esqueleto, os extraterrestres ganham vida, o doutor fica mentalmente são, os russos são aniquilados pelos extraterrestres que saem do templo a trautear a 5ª Sinfonia de Beethoven em vuvuzela, o puto penteia-se outra vez e para finalizar Indiana ainda tem tempo para fazer mais um filho. Um regalo!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dragonbostall



Há algum tempo atrás tive a oportunidade de visionar o filme “Dragonball Evolution” e se por ventura o título faz referência a uma evolução, sou obrigado a constatar que evoluiu para uma bela merda! Estar sentado a ver este filme durante hora e pico, ou em pé a levar com uma ripa de marmeleiro nas costas durante o mesmo espaço de tempo, exerce provavelmente o mesmo efeito em todo o indivíduo que a qualquer das duas hipóteses se predisponha… uma dor agoniante e um desejo imensurável de fugir para qualquer outro lugar. Fiz portanto aquilo a que chama na gíria cinematográfica de o frete, uma vez que ansiava tanto pelo final do filme como um Skinhead condenado a três anos de cadeia numa prisão senegalesa pelo fim do cativeiro. Com a vantagem de que no final não me doía o rabo… mas quase!

Primeiro, não sei o que passou pela cabeça do realizador ao fazer esta obra-prima do cinema, mas de uma coisa tenho a certeza… estava desesperado para ir mudar a água às azeitonas, tal a pressa com que atirou os personagens para a história, e aviou o enredo a um ritmo do estilo enfarda burros. Depois, e para quem seguiu minimamente os desenhos animados, são notórias as diferenças, não só a nível da história (principalmente de Goku, a personagem principal), mas também falhas, tanto a nível de explicações necessárias para certos acontecimentos ao longo do filme, como a nível de escolha de casting, onde me parece que o personagem “Master Roshi” deixou bastante a desejar. Onde está o velhote de barba branca com um ranho a sair do nariz cada vez que via uma gaja em bikini? Como se não bastasse, ainda nos sai na rifa um vilão que tem tudo menos parecenças com o nosso já conhecido Coraçãozinho de Satã e cuja história é também ela confusa e servida aos empurrões. Verdade seja dita, Piccolo (sim, esse é o nome original de Coraçãozinho de Satã), inicialmente aparenta ser um gajo bastante perigoso, mas assim que diz o seu nome, corre o sério risco de pôr toda a gente pensar que é uma espécie de novo gelado da Nestlé e perder a pouca credibilidade que lhe resta; houve inclusive uma senhora sentada à minha frente que pediu logo duas caixas para levar para as netas. Mentira, nem sei se esta cagada chegou às salas de cinema, e mesmo que chegasse não haveria com certeza nenhum gajo a vender gelados dentro da sala do cinema … a não ser que fosse talvez uma sessão tardia de gay porn em que aí poderia vir a ser necessário um tipo a vender Calippos e Cornetos.

Se a palhaçada continuar a este ritmo, e caso alguém com o quociente de inteligência de um pires de tremoços tenha o atrevimento necessário para realizar uma sequela para o primeiro filme, temo que Goku ainda venha a ter que pedir auxílio ao sempre poderoso Super Maxi para derrotar o temível senhor das trevas chamado Perna De Pau.

PS: Aquilo que na foto parece uma bola de cristal, é na realidade uma bola de cócó de outro planeta!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pelicastessen



O Facto de os filmes “Delicatessen” e “Dumbo” nunca terem resultado numa única e exclusiva película cinematográfica, deve-se ao simples facto de os responsáveis por esta indústria em particular, só poderem atingir o meu nível de imbecilidade criativa, no dia em que conseguirem submeter-se a quinze esgotamentos cerebrais consecutivos no espaço de uma hora… esperem um pouco… ahh!... pronto, dezasseis! O filme propriamente dito, passa-se num futuro pós-apocalíptico, em que a comida é agora tão rara e valiosa que se torna a moeda corrente preferencial; aconselho quem neste momento estiver a fazer um exercício de raciocínio para tentar imaginar um futuro assim, a olhar para o presente pós-apocalíptico de alguns países do continente africano. A história centra-se no senhorio de um edifício, que também é proprietário de um talho situado nesse mesmo prédio, e que de tempos a tempos, premeia os seus inquilinos com uma maravilhosa refeição de carne. Curiosamente, todos os zeladores que vão trabalhando no edifício, desaparecem mais ou menos na mesma altura, aparecendo na travessa de todos os que se deleitam com a refeição em questão, ajudando a que mais uma vaga de emprego surja no mercado. Para preencher esta vaga, aparece Dumbo, um pequeno elefante palhaço desempregado de orelhas enormes, que tinha acabado de ser despedido do circo onde trabalhava, pois não animava ninguém, uma vez que andava sempre de trombas. Assim que é contratado, Dumbo apaixona-se pela filha do senhorio, e apesar de lhe querer fazer uns biscates na canalização, tem de esperar, pois ela está mais preocupada em tentar evitar que o seu pai dê a Dumbo o mesmo destino que a todos os outros zeladores anteriores. Enquanto se desenrola a história, tempo para nos divertirmos com o malandreco do elefante a trocar lampadas e a passar corredores a pano usando apenas as suas patas tão delicadas como uma família de Braquiossauros a viver numa loja da Vista Alegre. Prevê-se pois uma batalha difícil para todos eles, num filme que se dependesse de mim, Dumbo acabaria sem os respectivos apêndices auriculares, uma vez que sou grande apreciador de um bom prato de orelheira… ou neste caso… duas travessas cheias. Se por acaso algum dos queridos leitores for contra esta minha ideia, que fale agora, porque já sabem que para vocês sou como o nosso amigo Dumbo… todo orelhas!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

I Robo(t)cop



Numa tentativa verdadeiramente estúpida para encontrar um ser vivo não humano capaz de apresentar comportamentos humanos no dia-a-dia, cheguei à conclusão que apenas dois me satisfaziam totalmente. O Robocop e o Inspector Max! Inspector Max cativou-me pelo facto de solucionar crimes mesmo quando aparentava não fazer a mínima ideia do que estava ali a fazer, e por uma vontade enorme de quando chamado pelo protagonista principal, desatar a correr na direcção errada, numa atitude muito coerente com o meu comportamento e o de outros seres humanos com quem habitualmente convivo, e que é o de pensar “Mas que porra de merda é esta, vou mas é pôr-me a andar!”. Apesar disso tudo decidi escolher o Robocop, uma vez que por baixo daquela enorme lata de conserva com pernas armada até aos dentes, ainda haveria uma réstia de humanidade. Um humano que como se não bastasse ser polícia de profissão, ainda lhe sai na rifa ser brutalmente atacado por um grupo de malfeitores que através do uso de armas de fogo de várias formas e feitios, o conseguem transformar na muito provavelmente primeira peneira humana do planeta. Às portas da morte é utilizado num projecto altamente secreto e experimental que tentava misturar tecnologia com tecido humano e que o transforma num polícia metade homem, metade máquina. O segundo filme retrata-nos uma era em que para além dos robots estarem completamente inseridos na sociedade como forma de auxilio aos humanos, também Will Smith é proprietário de uns bíceps mais largos do que o seu próprio tórax, quando em início de carreira. Juntando os dois filmes com algumas alterações, sairia qualquer coisa que poderia ser confundida com um produto da Apple… o I Robo(t)cop! A trama seria idêntica, uma sociedade futurista onde o auxílio de robots nas tarefas diárias dos humanos é agora banal, e onde o objectivo passa por produzir estes robots em massa para que futuramente venham a ser controlados por um super-computador, com o intuito de tornar o processo de regulação e controlo dos mesmos mais simplificado. O cientista responsável pela criação dos primeiros robots aparece morto, e um detective que por acaso detesta robots é encarregue de averiguar o caso, descobrindo imediatamente Robocop escondido no quarto do cientista, o que o leva a desconfiar que o mesmo foi assassinado pelo robot. Robocop tornou-se obsoleto e deixou de ser policia para se tornar segurança privado, uma vez que já verte tanto óleo que o obriga ao uso de fraldas. Isto não o impedia de ser o robot preferido do cientista, pois foi a sua primeira criação, e era portador de características únicas e especiais. Temos portanto nesta primeira parte do filme a fuga do robot ao detective, uma vez que não queria ser preso por algo que não fez, parte essa recheada por perseguições espectaculares, a velocidades extremas, pois como se lembrarão, Robocop era dono de uma velocidade só equiparada à de uma tartaruga tetraplégica. Quando finalmente o robot é apanhado e é condenado a pena de morte através de abre-latas letal, o detective começa finalmente a acreditar na sua inocência, uma vez que os outros robots se começam a comportar como psicopatas sanguinários, o que faz com que comece a perceber que afinal a trama por trás do assassinato é ainda maior. Depois de tentar confrontar o patrão da empresa que produzia e controlava os robots, e de o encontrar também ele assassinado no escritório, o detective apercebe-se que afinal o cérebro por trás de todas as mortes e da rebelião robótica, é o super-computador encarregue de os controlar, e que se passou dos carretos ao interpretar uma das principais leis dos robots, que era a de proteger os humanos. E que melhor maneira de nos proteger senão matar a grande maioria antes que nos matemos uns aos outros em guerras sem significado ou consumamos todos os recursos naturais do planeta e acabemos por nos extinguir. Como dizia o velho ditado “Tanto quisemos fazer… que acabamos por nos f…!”. Enfim, mais do mesmo, em que por trás de todos os aparentes culpados e de toda a destruição, se encontra geralmente a genialidade da mente humana.

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